quarta-feira, 23 de março de 2016

23/03/2016 17h02 - Atualizado em 23/03/2016 17h33

Dólar fecha em alta de mais de 2% com nova atuação do BC.


Moeda dos EUA subiu 2,11%, cotada a R$ 3,6768. Banco Central volta a atuar no câmbio para sustentar as cotações.


O dólar fechou em alta de quase 2% nesta quarta-feira (23), acima de R$ 3,67, após o Banco Central atuar para sustentar as cotações pelo terceiro dia consecutivo e em meio ao cenário político conturbado no Brasil, destaca a Reuters.

A moeda norte-americana subiu 2,11%, vendida a R$ 3,6768, após ter fechado na véspera cotada a R$ 3,6008.

Na máxima da sessão, o dólar chegou a bater R$ 3,6837.
No mês, contudo, o dólar ainda acumula queda de 8,16% frente ao real.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, alta de 0,68%, a R$ 3,6255.
Às 10h, alta de 1,11%, a R$ 3,6408.
Às 10h30, alta de 1,06%, a R$ 3,6393.
Às 11h, alta de 1,13%, a R$ 3,6477.
Às 11h40, alta de 1,02%, a R$ 3,6376.
Às 12h30, alta de 1,8%, a R$ 3,6676.
Às 13h20, alta de 1,91%, a R$ 3,6696
Às 13h50, alta de 1,65%, a R$ 3,6602.
Às 15h16, alta de 1,62%, a R$ 3,6592.
Dólar nos últimos dias
Cotação de fechamento, em R$

Intervenção do BC
O Banco Central mais uma vez vendeu uma oferta parcial de swaps reversos – contratos equivalentes à compra futura de dólares. Trata-se da terceira operação desse tipo em três dias, após a autoridade monetária deixar a ferramenta encostada por três anos. No leilão desta quarta, o BC vendeu 17 mil dos 20 mil swaps cambiais reversos.
"Parece que o BC está insistindo e o mercado está cedendo aos esforços dele", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à agência Reuters.
O BC também reduziu pela segunda vez neste mês a oferta de swaps cambiais tradicionais – que atuam na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares – para rolagem dos vencimentos em abril.
O BC ofertou apenas até 2,5 mil swaps tradicionais no leilão desta sessão, contra até 3,6 mil antes. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender sempre a oferta integral, rolará apenas pouco mais de 70% do lote do mês que vem, equivalente a US$ 10,092 bilhões.
Com a venda integral desta sessão, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,648 bilhões, ou cerca de 66% do lote total.
Dúvidas sobre estratégia do BC
Alguns operadores haviam entendido a atuação do BC nas duas últimas sessões como uma ferramenta para o BC sondar a demanda pelos instrumentos. As vendas parciais teriam sido um sinal de que a autoridade monetária não teria como objetivo colocar um piso para as cotações, mas apenas garantir que a queda da moeda norte-americana aconteça de forma suave.
No entanto, a continuidade da atuação lançou dúvidas sobre a estratégia. Alguns operadores discutiam inclusive a possibilidade de o BC evitar deixar o dólar cair abaixo de R$ 3,60 de forma a proteger as exportações brasileiras em um momento de forte recessão.
"Não ficaria surpreso se o mercado voltar a testar (cotações mais baixas) para conseguir respostas", disse à Reuters o operador da corretora de um banco nacional.
As ações recentes do BC contribuem para reduzir o estoque de quase US$ 110 bilhões em swaps tradicionais em circulação, que tende a gerar custos quando o dólar se fortalece. Na terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu esse estoque como importante para a estabilidade financeira, embora veja menor demanda pelos instrumentos.
Uma das explicações para as vendas parciais do BC era que as propostas dos investidores no leilão não teriam sido atraentes. "O mercado sabe que o BC quer desovar um estoque grande e por isso pressiona as taxas", acrescentou o operador.
Nas operações de swap reverso, o Banco Central é quem ganha a variação cambial do período de validade dos contratos. No swap tradicional, o BC é quem paga a variação.
Cenário político
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki de que o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, envie ao STF as informações sobre a quebra de sigilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como todos os processos relacionados às interceptações, também contribuía para o quadro de apreensão política nesta sessão.
Outro fator foi a divulgação de lista que apontaria pagamentos da Odebrecht a políticos. Um pouco mais tarde, o juiz Sérgio Moro colocou a lista em sigilo e determinou que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre a possibilidade de enviar esses documentos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Juros nos EUA
A alta do dólar nesta sessão vinha também em linha com o movimento do câmbio no exterior. Muitos operadores reviam suas expectativas para a política monetária norte-americana após duas autoridades do Federal Reserve encorajarem expectativas de pelo menos dois aumentos de 0,25 ponto percentual nos juros neste ano.
"A probabilidade dos juros voltarem a subir nos EUA tem aumentado", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.
23/03/2016 12h44 - Atualizado em 23/03/2016 15h27

Quase US$ 10 bilhões deixaram a economia brasileira neste ano, diz BC.

Resultado foi contabilizado até a última segunda-feira (21). Em março, fluxo 'vira' e passa a registrar saída de recurso do Brasil.


Números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (23) mostram que US$ 9,55 bilhões deixaram a economia brasileira neste ano, até a última segunda-feira (21).
Em março, o fluxo de dólares para o Brasil "virou" e passou a registrar saída de recursos. Isso porque, na parcial até o dia 11 deste mês, US$ 191 milhões haviam ingressado na economia brasileira. Já no movimento até o dia 21, divulgado nesta quarta, o país já registrava saída líquida de US$ 1,73 bilhão no mês.
A evasão de dólares se intensificou após a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixado a nota do Brasil e tirado o chamado "grau de investimento" – um selo de bom pagador. A agência também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode sofrer novo rebaixamento.

Entre os R$ 9,55 bilhões que deixaram o país, há recursos que transitam pelas contas comercial, ou seja, vinculados a contratos de câmbio feitos em operações de importações e exportações; e financeira, que contabiliza o envio ao exterior de lucros obtidos por empresas aqui no Brasil, além de pagamento de parcelas de empréstimos tomados lá fora, entre outras operações.
Impacto no dólar
A saída de valores registrada na parcial de março favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda no mercado, seu preço tenderia a aumentar. Entretanto, o dólar vem registrando forte queda neste mês.
No fim de fevereiro, o dólar estava cotado a R$ 4 e, nesta quarta-feira (23), por volta das 12h30, estava sendo negociado a R$ 3,63.
Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão as sinalizações sobre a política de juros dos Estados Unidos, o nível de atividade da economia mundial e as tensões políticas, entre outros.
Swaps cambiais
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), que continuam sendo levadas adiante pelo Banco Central.
Com estas operações, a autoridade monetária impede uma alta maior do dólar no mercado a vista e oferece garantia (hedge) às empresas contra a valorização do moeda.
Recentemente, o BC indicou que vai reduzir o volume de intervenções no mercado futuro de câmbio - com uma oferta menor destes contratos.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana.
No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. Quando o dólar sobe, o BC perde e vice-versa.
ECONOMIA02/03/2016 08:54

Comércio com países vizinhos esbarra na logística


Transporte: caminhão viaja em rodovia de São Paulo
Transporte: por ano, cerca de US$ 1,5 bilhão em produtos deixa de entrar na conta de comércio com os países vizinhos por causa das péssimas condições de infraestrutura.

Brasília - A precariedade da malha de transporte nacional tem comprometido o potencial de exportação do Brasil com nove de seus 11 parceiros comerciais na América do Sul.
Por ano, cerca de US$ 1,5 bilhão em produtos manufaturados, como carros, têxteis e alimentos, deixa de entrar na conta de comércio com os países vizinhos por causa das péssimas condições de infraestrutura, seja em rodovias, portos ou ferrovias.
Os estragos que esses gargalos logísticos causam na exportação nacional foram captados em um novo estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O relatório 'Desafios para a Integração Logística na América do Sul', ao qual o Estado teve acesso exclusivo, calculou quanto do potencial exportador do Brasil tem sido frustrado pelas dificuldades de transporte.
O cenário levou em conta a distância em relação a cada país sul-americano, o volume de produtos escoados por cada modal de transporte e o tamanho de seus mercados.
Os dados mostram que as exportações para a Argentina, o principal parceiro comercial do Brasil na região, têm hoje desempenho 7% inferior à sua real capacidade por conta das rotas deterioradas de acesso entre os dois países.
No Peru e na Colômbia, essa frustração é de 5% do potencial pleno. A lista segue com Venezuela (4%), Chile (3%), Suriname (2%), Guiana, Paraguai e Uruguai, esses três últimos com restrição de 1% em seus desembarques potenciais. Apenas Bolívia e Equador não apresentaram alterações.
"É um cenário preocupante e que ainda não foi efetivamente atacado pelo governo. Priorizar projetos de infraestrutura para essa região é vital. Os países sul-americanos se tornam o destino de 16% das exportações brasileiras. Isso exige um tratamento mais pragmático e menos político", afirma Matheus Castro, especialista em política e indústria da CNI.
O relatório, que também se baseou em entrevistas realizadas com grandes empresas exportadoras para a região, apontou que, depois de barreiras tarifárias e burocracia alfandegária, as limitações de transporte são mencionadas como maior obstáculo para ampliar as exportações.
Em 2010, o recém criado Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), órgão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), estabeleceu uma lista de 31 projetos prioritários para melhorar a interligação entre os países da região, um pacote de obras estimado em US$ 21 bilhões. Seis anos depois, nenhum empreendimento da lista foi concluído. Atualmente, 15 estariam em ‘fase de execução’ e 16 sequer tiveram início.
Os dados apontam que, até dezembro de 2014, foram investidos US$ 951 milhões nos projetos, apenas 4,5% do total previsto no lançamento do projeto.
É preciso destacar, no entanto, que algumas obras já concluídas anos atrás entraram nessa conta. Na prática, portanto, a evolução dos empreendimentos é próxima do zero.
"Os programas são desproporcionais à realidade e à capacidade efetiva de cada país em realizar esses projetos. É preciso que haja prioridade efetiva", analisou o especialista da CNI.
Durante o ano passado, as exportações do Brasil para a América do Sul movimentaram US$ 31,1 bilhões; elas foram ao todo de US$ 36,7 bilhões durante o ano anterior.
Escoamento
Historicamente, a Argentina responde por cerca de 40% do total das exportações brasileiras.
Atualmente, a principal rota usada para levar produtos manufaturados ao país vizinho é mesmo a rodovia (48% do total), seguida pelo transporte marítimo, com 45% do total, o fluvial que responde pode 4%, o aéreo (2%) e ferroviário, este último com apenas 1% do total.
Se consideradas as exportações para os 11 países, o mar é o destino usado por 53% das cargas escoadas, seguido por rodovias (39%) e transporte aéreo (5%). Os demais 3% se dividem entre ferrovias e rios.

sexta-feira, 18 de março de 2016

18/03/2016 20h42 - Atualizado em 18/03/2016 20h45

Bovespa tem o melhor retorno do ano entre bolsas da América Latina e EUA


24/08/2015 - Corretores são vistos na bolsa de valores de São Paulo (Bovespa) (Foto: Miguel Schincariol/AFP)

O principal índice de ações brasileiro, o Ibovespa, obteve o maior ganho em dólares entre os índices da América Latina e Estados Unidos no acumulado de 2016, até esta sexta-feira (18). As informações foram fornecidas ao G1 pela provedora de serviços financeiros Economatica.
No acumulado do mês de março, a bolsa brasileira valorizou-se 30,7%, bem acima do segundo melhor retorno, o índice peruano IGBL, que subiu 17,3% neste período. Em seguida aparece a bolsa colombiana (índice Colcap), com alta de 12,7% no mês.
Segundo a Economatica, as bolsas dos EUA e o índice Merval, da Argentina, tiveram os piores desempenhos entre as bolsas analisadas no acumulado do mês – mas todas fecharam no positivo. Os índices Dow Jones e S&P 500 tiveram valorização de 6,6% e 6,1%, respectivamente.
Nas últimas semanas, o mercado tem reagido ao agravamento da crise política no Brasil, pautando suas decisões na probabilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff, segundo analistas.
Segundo economistas ouvidos pela Reuters, a bolsa tende a subir quando os investidores entendem que os últimos desdobramentos políticos podem levar a uma troca do governoe a perspectivas de mudanças na economia.
A volatilidade nos preços das commodities no cenário mundial, em especial o petróleo e o minério de ferro, também tem influenciado a volatilidade das bolsas, inclusive no Brasil.
Desde o início do ano, o Ibovespa avançou 26,6% em dólares, seguido pelos índices do Peru e Colômbia. Na outra ponta, o índice Nasdaq, um dos principais de Wall Street, perdeu 4,2% de seu valor no ano, seguido pelas perdas do argentino Merval, que teve retorno negativo de 2,9%.
Pregão desta sexta
Bovespa recuou nesta sexta-feira, com investidores ainda acompanhando o cenário político, após ter fechado na maior alta em sete anos na véspera, reflexo do agravamento da crise política.
As principais ações do índice, que subiram com força na sessão anterior, fecharam em queda. O dia também teve como pano de fundo o avanço de preços de commodities. O Ibovespa caiu 0,19%, a 50.814 pontos. Na semana, a bolsa avançou 2,36%. No mês de março, a alta é de 18,7% e, no ano de 2016, de 17,2%.