sexta-feira, 29 de abril de 2016


NAFTA (North American Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio)



O NAFTA (North American Free Trade Agreement ou Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) é um bloco econômico formado por Estados Unidos, Canadá e México. Foi ratificado em 1993, entrando em funcionamento no dia 1º de janeiro de 1994.  


História
O Nafta começa com o "Acordo de Liberação Econômica" firmado entre os Estados Unidos e o Canadá no ano de 1988. Por conseguinte, em 1992 o México torna-se um membro do bloco e, a partir disso, o Nafta objetiva principalmente a livre circulação comercial entre os países no prazo de 15 anos. Pesquisadores afirmam que o Nafta foi uma resposta à criação da União Europeia, bloco econômico que no momento apresentava resultados positivos e se destacava no cenário econômico.
Embora essa união tenha levado a alguns desentendimentos, uma vez que parte da população mexicana não estava de acordo com o Nafta pois para muitos, tendo em conta as diferenças econômicas entre os países (Os Estados Unidos, a maior potência mundial ao lado de uma economia emergente mexicana) o tratado significava um controle "colonialista" e tendencioso a favor dos interesses estadunidenses.
Por outro lado, o Canadá, mesmo sendo considerado um país com alto índice de qualidade de vida, economia crescente, dentre outros fatores, ainda depende dos recursos exportados pelos Estados Unidos. No caso do México, detentor de grandes jazidas de petróleo, exporta grande parte do produto para os Estados Unidos além de ser grande fonte de mão de obra barata para os países desenvolvidos.
A despeito de alguns desentendimentos, a criação do Nafta favoreceu o desenvolvimento de regiões, aumentou o número de empregos e o fluxo de mercadorias e ainda, durante a crise cambial Mexicana em 1994, os Estados Unidos forneceu ajuda financeira necessária ao país.
Objetivos do NAFTA:

- Garantir aos países participantes uma situação de livre comércio, derrubando as barreiras alfandegárias, facilitando o comércio de mercadorias entre os países membros;

- Reduzir os custos comerciais entre os países membros;

- Ajustar a economia dos países membros, para ganhar competitividade no cenário de globalização econômica;

- Aumentar as exportações de mercadorias e serviços entre os países membros;

Funcionamento do NAFTA (vantagens para os países membros)

- Empresas dos Estados Unidos e Canadá conseguem reduzir os custos de produção, ao instalarem filiais no México, aproveitando a mão-de-obra barata;

- O México ganha com a geração de empregos em seu território;

- O México exporta petróleo para os Estados Unidos, aumento a quantidade desta importante fonte de energia na maior economia do mundo;

- A produção industrial mexicana, assim como as exportações, tem aumentado significativamente na última década.

- A geração de empregos no México pode ser favorável aos Estados Unidos, no sentido em que pode diminuir a entrada de imigrantes ilegais mexicanos em território norte-americano;

- Negociando em bloco, todos países membros podem ganhar vantagens com relação aos acordos comerciais com outros blocos econômicos.

Curiosidades:

A Alca (Área de Livre Comércio das Américas) foi uma proposta feita pelos Estados Unidos, em 1994, que objetivava a união da América (exceto Cuba) num grande Bloco Econômico (Nafta e Mercosul). Todavia, o projeto não foi concretizado uma vez que as políticas apresentados pelos norte-americanos favoreciam, em grande parte, os interesses dos Estados Unidos.

Segundo o Banco Mundial, o Nafta possui uma população de 418 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) de 10,3 trilhões de dólares.

O Chile está em fase de estruturação para fazer parte do NAFTA. As relações comerciais entre este país e o bloco econômico estão aumentando a cada ano. Breve, o Chile poderá ser um membro efetivo do NAFTA.

sexta-feira, 8 de abril de 2016


CALENDÁRIO BRASILEIRO DE EXPOSIÇÕES E FEIRAS 2016


http://www.investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/publicacoes/publicacoes/CalendarioFeiras2016_P.pdf
MDIC LANÇA O PROGRAMA BRASIL MAIS PRODUTIVO PARA PEQUENAS E MÉDIAS INDÚSTRIAS
publicado em 7 de abril de 2016
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, lançou nesta quarta-feira o programa Brasil Mais Produtivo, cujo objetivo é aumentar em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias indústrias participantes.
A metodologia usada é a manufatura enxuta (lean manufacturing), baseada na redução dos sete tipos de desperdícios mais comuns no processo produtivo: superprodução, tempo de espera, transporte, excesso de processamento, inventário, movimento e defeitos.
“O programa vai trazer ganhos de eficiência em curto prazo para as pequenas e médias empresas participantes, atuando na dimensão microeconômica da política industrial. O programa é uma semente, uma iniciativa que pode ser ampliada, e que oferece contribuição a um desafio importante, que é melhorar o padrão médio de desempenho da indústria brasileira”, disse.
Para o ministro, “a aliança entre os setores privado e público é fundamental para aumentar a competitividade da indústria”. O Brasil Mais Produtivo é realizado pelo MDIC em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).  Além disso, o programa conta com apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Como funciona
Até o final de 2017, 3 mil empresas serão atendidas em todo o Brasil por 400 consultores do Instituto Senai de Tecnologia e das unidades do Senai. Os consultores serão treinados para aplicação das ferramentas de manufatura enxuta, focada no processo produtivo, que prevê intervenções rápidas, de baixo custo, com foco no aumento da produtividade da indústria. Aspectos que merecem destaque nesta iniciativa são a relação custo-benefício e a possibilidade concreta de aferição de resultados.
O atendimento completo tem duração de 120 horas e o investimento por empresa é de R$ 18 mil. O Brasil Mais Produtivo subsidia R$ 15 mil, por empresa, e cada uma delas entra com uma contrapartida de R$ 3 mil, que poderá ser paga com o Cartão BNDES.
Em 2017, as empresas participantes do Brasil Mais Produtivo contarão com uma reserva de vagas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec MDIC) para atender às necessidades de qualificação profissional. Os consultores do programa serão responsáveis pela indicação da demanda por qualificação profissional da mão-de-obra.
Implantação
Até maio de 2016, o programa será iniciado em dez estados da Federação: Bahia, Ceará, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso. A meta é implantar as ações do Brasil Mais Produtivo em todas as Unidades da Federação até o final do ano.
Perfil das empresas
São aptas a participar do programa indústrias manufatureiras de pequeno e médio porte, que tenham entre 11 e 200 empregados e, preferencialmente, estejam inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APLs). Na primeira fase do programa, os setores elegíveis, em função de sua maior aderência à ferramenta de manufatura enxuta, são: metalmecânico, vestuário e calçados, moveleiro e de alimentos e bebidas.
Como participar
Empresas interessadas devem fazer a inscrição por meio de formulário a ser preenchido no site www.brasilmaisprodutivo.gov.br.
Resultados esperados 
Nas empresas: ganho de produtividade; redução média nos custos de produção e aumento médio na capacidade produtiva.
Regionalmente: impacto na produtividade e competitividade do APL, com fortalecimento da economia local e regional.
Setorialmente: ganhos de competitividade, impacto direto nos setores e nos APLs, construção de ambiente favorável para novos programas e metodologias para produtividade.
Orçamento  
A primeira fase do Brasil Mais Produtivo, que vai de abril de 2016 a maio de 2017, terá orçamento de R$ 50 milhões, dos quais R$ 25 milhões foram aportados pelo Sistema MDIC e os outros R$ 25 milhões pelo Senai.
APLs
Os Arranjos Produtivos Locais são agrupamentos de empresas que têm objetivo de melhorar o desempenho produtivo. O programa vai aproveitar a capilaridade, a sinergia e os ganhos de competitividade e de escala que os APLs já dão às empresas para aumentar o resultado esperado setorial e localmente.
Os APLs apresentam ainda vantagens como a facilidade em organizar treinamento e capacitação de mão de obra, além de redução nos custos do programa e aumento tanto da visibilidade quanto do monitoramento dos resultados das ações empreendidas.
Papel dos parceiros
MDIC – Coordena todas as ações; preside os Comitês de Governança do programa.
Senai – Executa as consultorias técnicas. A metodologia aplicada neste programa foi desenvolvida pelo próprio Senai.
Apex-Brasil – Apoia financeiramente o programa e auxilia na seleção das empresas que participarão, a partir da análise com base nos critérios estabelecidos e identificando aquelas que têm potencial exportador.
ABDI – Apoia financeiramente o programa e auxilia na seleção das empresas que participarão a partir da análise com base nos critérios estabelecidos.
BNDES – As empresas poderão pagar a contrapartida do programa utilizando o Cartão BNDES. Além disso, as empresas também poderão solicitar recursos do BNDES MPME Inovadora, voltado para investimentos em inovação.
Sebrae – Atua complementarmente, disponibilizando consultores do Sebraetec, para atendimentos de soluções tecnológicas, depois que a empresa já tiver sido atendida pelo Brasil Mais Produtivo.
Como nasceu o programa
O Programa Brasil Mais Produtivo foi inspirado em um projeto piloto da CNI e do Senai, realizado em 2015. O projeto atendeu 18 empresas de médio porte, cujo faturamento variava entre R$ 3,6 milhões e R$ 20 milhões, dos setores de alimentos, confecção, calçados, metalmecânico e brinquedos. As empresas estão localizadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Ceará. A partir dos bons resultados alcançados, o governo federal dá agora escala ao programa, buscando alcançar empresas em todo o país.
Principais resultados alcançados no projeto piloto
Retorno financeiro entre 8 e 108 vezes o valor investido pelas empresas, que no caso do projeto piloto foi de R$ 18 mil por empresa; 42% de aumento de produtividade, em média;  41% de ganho em qualidade do processo produtivo, em média; e 21% de redução de custo de produção.
Incentivo às exportações
A Apex-Brasil vai selecionar 867 empresas para participar do programa Brasil Mais Produtivo, que fabriquem produtos com potencial exportador. Ao final do período de capacitação, as empresas poderão integrar as ações de promoção comercial realizadas pela Agência e entidades representativas da indústria em diferentes mercados internacionais.

Assessoria de Comunicação Social do MDIC

segunda-feira, 4 de abril de 2016


Economia brasileira ficará estável em 2017


A Economist Intelligence Unit (EIU) estima que, devido à crise política, a economia brasileira registre queda de 3,7% neste ano, alcance a estabilização em 2017 e eleve o PIB acima de 2% até 2020.
“O ambiente desafiante para a economia do Brasil deve continuar este ano, com uma retração esperada pelo menos até o terceiro trimestre, chegando ao final do ano com uma contração de 3,7%, o que representa uma revisão ante os 3,1% de recessão esperados no mês passado, devido às implicações da crise política cada vez mais profunda”, afirmam os especialistas da unidade de análise econômica da revista britânica The Economist.
Na análise econômica que fazem sobre o Brasil, os técnicos da revista confirmam a conclusão do mês passado, de que deveriam rever o prognóstico de recessão no país, de 3,1% para, pelo menos, mais 0,5 ponto percentual.
“As repercussões do escândalo da Petrobras afetam não só investimento em petróleo e gás, mas também em infraestrutura, como resultado do envolvimento das principais empresas de construção civil”, diz o relatório, lembrando que a taxa de investimentos no Brasil caiu para 18%, e a de poupança, para 14,4%.
“Partindo do princípio de que a inflação e o orçamento melhorem, isto vai abrir caminho para uma estabilização do PIB em 2017 e uma recuperação gradual, pouco acima de 2%, em 2018 a 2020, mas ainda assim bem abaixo da média anual de 4,5% registada durante a expansão das matérias-primas, e o crescimento do PIB terá de ser alicerçado mais em reformas estruturais e ganhos de produtividade”, afirmam os analistas.
Os especialistas acrescentam que a inflação “deverá abrandar ao longo do período em análise, depois de ter chegado a 10,8% em fevereiro”. Os técnicos esperam que a taxa anual caia para 7,5% no final deste ano, o que é abaixo da expectativa anterior, “por causa da recente depreciação da moeda e do movimento das forças inflacionárias”.
Focus
A projeção da EIU está próxima da expectativa dos analistas e investidores do mercado brasileiro, que este ano já fizeram o décimo ajuste consecutivo nas estimativas. No último levantamento publicado pelo Banco Central, a estimativa para a queda do PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi alterada de 3,60% para 3,66%.
Para 2017, a expectativa de crescimento foi reduzida de 0,44% para 0,35%, no segundo ajuste seguido. As instituições financeiras também projetam que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), vai fechar este ano em 7,31%, no terceiro ajuste seguido. Na semana passada, a estimativa era 7,43%. Para 2017, a estimativa segue em 6%, há sete semanas consecutivas.
Fonte: EXAME
Veja mais em http//www.cargonews.com.br/economia-brasileira-ficara-estavel-em-2017-diz-revista/


quarta-feira, 23 de março de 2016

23/03/2016 17h02 - Atualizado em 23/03/2016 17h33

Dólar fecha em alta de mais de 2% com nova atuação do BC.


Moeda dos EUA subiu 2,11%, cotada a R$ 3,6768. Banco Central volta a atuar no câmbio para sustentar as cotações.


O dólar fechou em alta de quase 2% nesta quarta-feira (23), acima de R$ 3,67, após o Banco Central atuar para sustentar as cotações pelo terceiro dia consecutivo e em meio ao cenário político conturbado no Brasil, destaca a Reuters.

A moeda norte-americana subiu 2,11%, vendida a R$ 3,6768, após ter fechado na véspera cotada a R$ 3,6008.

Na máxima da sessão, o dólar chegou a bater R$ 3,6837.
No mês, contudo, o dólar ainda acumula queda de 8,16% frente ao real.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h10, alta de 0,68%, a R$ 3,6255.
Às 10h, alta de 1,11%, a R$ 3,6408.
Às 10h30, alta de 1,06%, a R$ 3,6393.
Às 11h, alta de 1,13%, a R$ 3,6477.
Às 11h40, alta de 1,02%, a R$ 3,6376.
Às 12h30, alta de 1,8%, a R$ 3,6676.
Às 13h20, alta de 1,91%, a R$ 3,6696
Às 13h50, alta de 1,65%, a R$ 3,6602.
Às 15h16, alta de 1,62%, a R$ 3,6592.
Dólar nos últimos dias
Cotação de fechamento, em R$

Intervenção do BC
O Banco Central mais uma vez vendeu uma oferta parcial de swaps reversos – contratos equivalentes à compra futura de dólares. Trata-se da terceira operação desse tipo em três dias, após a autoridade monetária deixar a ferramenta encostada por três anos. No leilão desta quarta, o BC vendeu 17 mil dos 20 mil swaps cambiais reversos.
"Parece que o BC está insistindo e o mercado está cedendo aos esforços dele", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à agência Reuters.
O BC também reduziu pela segunda vez neste mês a oferta de swaps cambiais tradicionais – que atuam na ponta inversa dos swaps reversos, funcionando como venda futura de dólares – para rolagem dos vencimentos em abril.
O BC ofertou apenas até 2,5 mil swaps tradicionais no leilão desta sessão, contra até 3,6 mil antes. Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender sempre a oferta integral, rolará apenas pouco mais de 70% do lote do mês que vem, equivalente a US$ 10,092 bilhões.
Com a venda integral desta sessão, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 6,648 bilhões, ou cerca de 66% do lote total.
Dúvidas sobre estratégia do BC
Alguns operadores haviam entendido a atuação do BC nas duas últimas sessões como uma ferramenta para o BC sondar a demanda pelos instrumentos. As vendas parciais teriam sido um sinal de que a autoridade monetária não teria como objetivo colocar um piso para as cotações, mas apenas garantir que a queda da moeda norte-americana aconteça de forma suave.
No entanto, a continuidade da atuação lançou dúvidas sobre a estratégia. Alguns operadores discutiam inclusive a possibilidade de o BC evitar deixar o dólar cair abaixo de R$ 3,60 de forma a proteger as exportações brasileiras em um momento de forte recessão.
"Não ficaria surpreso se o mercado voltar a testar (cotações mais baixas) para conseguir respostas", disse à Reuters o operador da corretora de um banco nacional.
As ações recentes do BC contribuem para reduzir o estoque de quase US$ 110 bilhões em swaps tradicionais em circulação, que tende a gerar custos quando o dólar se fortalece. Na terça-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, defendeu esse estoque como importante para a estabilidade financeira, embora veja menor demanda pelos instrumentos.
Uma das explicações para as vendas parciais do BC era que as propostas dos investidores no leilão não teriam sido atraentes. "O mercado sabe que o BC quer desovar um estoque grande e por isso pressiona as taxas", acrescentou o operador.
Nas operações de swap reverso, o Banco Central é quem ganha a variação cambial do período de validade dos contratos. No swap tradicional, o BC é quem paga a variação.
Cenário político
A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki de que o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal do Paraná, envie ao STF as informações sobre a quebra de sigilo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como todos os processos relacionados às interceptações, também contribuía para o quadro de apreensão política nesta sessão.
Outro fator foi a divulgação de lista que apontaria pagamentos da Odebrecht a políticos. Um pouco mais tarde, o juiz Sérgio Moro colocou a lista em sigilo e determinou que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre a possibilidade de enviar esses documentos ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Juros nos EUA
A alta do dólar nesta sessão vinha também em linha com o movimento do câmbio no exterior. Muitos operadores reviam suas expectativas para a política monetária norte-americana após duas autoridades do Federal Reserve encorajarem expectativas de pelo menos dois aumentos de 0,25 ponto percentual nos juros neste ano.
"A probabilidade dos juros voltarem a subir nos EUA tem aumentado", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos em nota a clientes.
Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em economias emergentes, como o Brasil.
23/03/2016 12h44 - Atualizado em 23/03/2016 15h27

Quase US$ 10 bilhões deixaram a economia brasileira neste ano, diz BC.

Resultado foi contabilizado até a última segunda-feira (21). Em março, fluxo 'vira' e passa a registrar saída de recurso do Brasil.


Números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (23) mostram que US$ 9,55 bilhões deixaram a economia brasileira neste ano, até a última segunda-feira (21).
Em março, o fluxo de dólares para o Brasil "virou" e passou a registrar saída de recursos. Isso porque, na parcial até o dia 11 deste mês, US$ 191 milhões haviam ingressado na economia brasileira. Já no movimento até o dia 21, divulgado nesta quarta, o país já registrava saída líquida de US$ 1,73 bilhão no mês.
A evasão de dólares se intensificou após a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixado a nota do Brasil e tirado o chamado "grau de investimento" – um selo de bom pagador. A agência também colocou o Brasil em perspectiva negativa, indicando que pode sofrer novo rebaixamento.

Entre os R$ 9,55 bilhões que deixaram o país, há recursos que transitam pelas contas comercial, ou seja, vinculados a contratos de câmbio feitos em operações de importações e exportações; e financeira, que contabiliza o envio ao exterior de lucros obtidos por empresas aqui no Brasil, além de pagamento de parcelas de empréstimos tomados lá fora, entre outras operações.
Impacto no dólar
A saída de valores registrada na parcial de março favoreceria, em tese, a alta do dólar. Isso porque, com menos moeda no mercado, seu preço tenderia a aumentar. Entretanto, o dólar vem registrando forte queda neste mês.
No fim de fevereiro, o dólar estava cotado a R$ 4 e, nesta quarta-feira (23), por volta das 12h30, estava sendo negociado a R$ 3,63.
Além do fluxo de recursos, outros fatores também influenciam a cotação do dólar no Brasil. Entre elas, estão as sinalizações sobre a política de juros dos Estados Unidos, o nível de atividade da economia mundial e as tensões políticas, entre outros.
Swaps cambiais
Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swaps cambiais (que funcionam como uma venda futura de dólares), que continuam sendo levadas adiante pelo Banco Central.
Com estas operações, a autoridade monetária impede uma alta maior do dólar no mercado a vista e oferece garantia (hedge) às empresas contra a valorização do moeda.
Recentemente, o BC indicou que vai reduzir o volume de intervenções no mercado futuro de câmbio - com uma oferta menor destes contratos.
Os swaps cambiais são contratos para troca de riscos. O Banco Central oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana.
No vencimento deles, o BC se compromete a pagar uma taxa de juros sobre valor dos contratos e recebe do investidor a variação do dólar no mesmo período. Quando o dólar sobe, o BC perde e vice-versa.
ECONOMIA02/03/2016 08:54

Comércio com países vizinhos esbarra na logística


Transporte: caminhão viaja em rodovia de São Paulo
Transporte: por ano, cerca de US$ 1,5 bilhão em produtos deixa de entrar na conta de comércio com os países vizinhos por causa das péssimas condições de infraestrutura.

Brasília - A precariedade da malha de transporte nacional tem comprometido o potencial de exportação do Brasil com nove de seus 11 parceiros comerciais na América do Sul.
Por ano, cerca de US$ 1,5 bilhão em produtos manufaturados, como carros, têxteis e alimentos, deixa de entrar na conta de comércio com os países vizinhos por causa das péssimas condições de infraestrutura, seja em rodovias, portos ou ferrovias.
Os estragos que esses gargalos logísticos causam na exportação nacional foram captados em um novo estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O relatório 'Desafios para a Integração Logística na América do Sul', ao qual o Estado teve acesso exclusivo, calculou quanto do potencial exportador do Brasil tem sido frustrado pelas dificuldades de transporte.
O cenário levou em conta a distância em relação a cada país sul-americano, o volume de produtos escoados por cada modal de transporte e o tamanho de seus mercados.
Os dados mostram que as exportações para a Argentina, o principal parceiro comercial do Brasil na região, têm hoje desempenho 7% inferior à sua real capacidade por conta das rotas deterioradas de acesso entre os dois países.
No Peru e na Colômbia, essa frustração é de 5% do potencial pleno. A lista segue com Venezuela (4%), Chile (3%), Suriname (2%), Guiana, Paraguai e Uruguai, esses três últimos com restrição de 1% em seus desembarques potenciais. Apenas Bolívia e Equador não apresentaram alterações.
"É um cenário preocupante e que ainda não foi efetivamente atacado pelo governo. Priorizar projetos de infraestrutura para essa região é vital. Os países sul-americanos se tornam o destino de 16% das exportações brasileiras. Isso exige um tratamento mais pragmático e menos político", afirma Matheus Castro, especialista em política e indústria da CNI.
O relatório, que também se baseou em entrevistas realizadas com grandes empresas exportadoras para a região, apontou que, depois de barreiras tarifárias e burocracia alfandegária, as limitações de transporte são mencionadas como maior obstáculo para ampliar as exportações.
Em 2010, o recém criado Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan), órgão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), estabeleceu uma lista de 31 projetos prioritários para melhorar a interligação entre os países da região, um pacote de obras estimado em US$ 21 bilhões. Seis anos depois, nenhum empreendimento da lista foi concluído. Atualmente, 15 estariam em ‘fase de execução’ e 16 sequer tiveram início.
Os dados apontam que, até dezembro de 2014, foram investidos US$ 951 milhões nos projetos, apenas 4,5% do total previsto no lançamento do projeto.
É preciso destacar, no entanto, que algumas obras já concluídas anos atrás entraram nessa conta. Na prática, portanto, a evolução dos empreendimentos é próxima do zero.
"Os programas são desproporcionais à realidade e à capacidade efetiva de cada país em realizar esses projetos. É preciso que haja prioridade efetiva", analisou o especialista da CNI.
Durante o ano passado, as exportações do Brasil para a América do Sul movimentaram US$ 31,1 bilhões; elas foram ao todo de US$ 36,7 bilhões durante o ano anterior.
Escoamento
Historicamente, a Argentina responde por cerca de 40% do total das exportações brasileiras.
Atualmente, a principal rota usada para levar produtos manufaturados ao país vizinho é mesmo a rodovia (48% do total), seguida pelo transporte marítimo, com 45% do total, o fluvial que responde pode 4%, o aéreo (2%) e ferroviário, este último com apenas 1% do total.
Se consideradas as exportações para os 11 países, o mar é o destino usado por 53% das cargas escoadas, seguido por rodovias (39%) e transporte aéreo (5%). Os demais 3% se dividem entre ferrovias e rios.